O médico neurocirugião Mayanda Inocente afirmou em Luanda que a Hidrocefalia constitui a segunda patologia operatória mais frequente, imediatamente após os traumatismos neurocirúrgicos.
Em declarações à Angop, o neurocirurgião referiu que a epidemia atinge principalmente as famílias ou comunidades em condições sócioeconómicos ainda deficientes. O médico explicou que os técnicos da Associação Espinha-Bifida e Hidrocefalia de Angola (Asbi-A) já operaram naquele centro, 42 crianças de 02 a 6 deste mês, Dezembro, num universo de 50 crianças.
As cirurgias, explicou, são feitas no âmbito de uma jornada cirúrgica que se estende até 10 de Dezembro, em alusão ao 5º Congresso da Organização da Mulher Angolana (OMA). Segundo o responsável, os números de casos tendem a aumentar devido as campanhas feitas, por formas a esclarecer as famílias angolanas sobre os perigos da doença, e estarem isentas aos tratamentos tradicionais, ao denominarem as crianças de “sereias”.
“Unamo-nos todos, para que toda criança com Hidrocefalia seja operada logo nas primeiras semanas de diagnóstico, e que a semiologia de cabeças mal apelidadas por sereia deixem de existir”, exortou. Segundo o médico, um dos objectivos da jornada é tentar banir a lista de espera, de formas que a criança seja logo operada logo ao nascer.
Para si, promover melhores cuidados de saúde as crianças com Hidrocefalia e patologias afins não é um mero prazer, é antes de mais uma missão enquanto activista e quadro comprometido com a saúde da população. “As filas continuam nos hospitais e há falta de neurocirurgiões. O projecto do centro vem para facilitar as operações, que são gratuitas. Temos condições, com quatro ambulâncias e anestesistas. Os casos complicados vão à pediatria”, explicou.
Salientou que havendo recursos financeiros, outras realizações idênticas se poderão suceder, com o objectivo de descongestionar a lista de espera cirúrgica de crianças provenientes das 18 províncias de Angola. Acrescentou que Angola tem uma capacidade de atendimento de apenas trezentas crianças por ano, embora considere que as operações desse tipo de casos sejam de certa forma simples. “Estamos muito em baixo nos números. Havendo recursos financeiros no centro, podemos fazer bem melhor. Nós fazemos rapidamente as análises aos pacientes, que esperam meses nos hospitais, e depois operamos”, garantiu.
Mayanda Inocente esclareceu que as cirurgias para essa doença são fáceis, embora haja, em todo mundo, uma margem de mortalidade de três a seis porcento.
Fonte: Agência AngolaPress