Prevenção

Bherman, Kliegman e Jenson (2002) afirmam que há estudos que fornecem fortes evidências que o uso materno de ácido fólico (uma vitamina B) na época da conceção reduz a incidência de defeitos do tubo neural nas gestações de risco em pelo menos 50%. O uso deve ser iniciado antes da conceção e continuado até pelo menos 12 semanas de gestação, quando a neurulação está completa.

De uma forma generalizada, é recomendada por muitos países esta toma de ácido fólico antes da conceção e durante o primeiro trimestre, recomendação seguida pela maioria dos médicos obstetras que a prescreve, nomeadamente, em Portugal.

As investigações revelaram que um regime alimentar multivitaminado com suplemento de ácido fólico, quotidianamente, nos três meses anteriores à conceção e durante as primeiras semanas de gravidez, podem ajudar na prevenção do surgimento desta anomalia, aconselhando-se a ingestão de alimentos ricos em ácido fólico como a cevada, feijão seco, levedura de cerveja, endívias, fruta (citrinos), legumes de folhas verdes escuras, lentilhas, ervilhas, arroz, feijão de soja e trigo.

No entanto, pelo facto de muitos desses alimentos serem cozinhados perdem as suas propriedades, razão pela qual não podem substituir os suplementos farmacológicos, pelo que, em todos os casos, é aconselhada a toma diária de um suplemento farmacológico de ácido fólico no período pré-natal e nas primeiras semanas de gestação.

A importância de uma política de planeamento familiar é essencial na prevenção de muitas patologias, em particular, da Spina Bífida, uma vez que ocorrendo numa fase tão precoce da gestação (por volta do 28º dia) a maioria das gravidezes não planeadas só é detetada após a primeira falha da menstruação. Nesta altura, já ocorreu a lesão da Spina Bífida, sendo que por essa razão, não há nada a fazer para a prevenir.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce através de ecografia pré-natal é fundamental, pois pode detetar o defeito e possibilitar a elaboração de um plano clínico adaptado às necessidades expectáveis do recém-nascido e sua mãe, possibilitar um plano de cirurgia premente para encerramento da lesão ou colocar opção da interrupção voluntária da gravidez.

Ecograficamente, apresenta-se como uma espécie de hérnia composta por uma secção da espinal medula acompanhada das estruturas nervosas associadas. Trata-se, na realidade, de uma lesão complexa, que pode incluir tecido espinhal, raízes nervosas, meninges e líquido cefalorraquidiano. Estas estruturas reúnem-se numa formação sacular confinada por meninges, que se destaca através de um defeito ósseo (bifurcação do arco vertebral posterior) e dos tecidos moles subjacentes.

Desta forma, a existência de programas nacionais de rastreio ecográfico tem permitido o diagnóstico da maioria dos DTN no período pré-natal, estando reportadas taxas de diagnóstico de 88% com este método. Norem et al. atribuíram à ecografia do 2º trimestre uma sensibilidade de 93, 100 e 94% na identificação de, respetivamente, spina bífida, anencefalia e encefalocelo. Boyd et al., na análise de uma população europeia, estimaram que o diagnóstico ecográfico destes defeitos é feito a uma idade gestacional média de 17 semanas.

 

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