Não existe nenhum tratamento específico para a Spina Bífida.
De acordo com as informações da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação logo após o nascimento a criança deve ser mantida com o abdómen para baixo e a lesão deve ser coberta com compressas não adesivas, suavemente colocadas, embebidas em soro fisiológico, para evitar o ressecamento.
Quando se trata de um caso de mielomeningocelo deve efetuar-se tratamento cirúrgico, de preferência, nas primeiras 24 horas, para diminuir o risco de infeção e preservar a função nervosa.
Atualmente, com o advento da cirurgia fetal, a reparação de lesões de mielomeningocelo vai para além da mandatária intervenção pós-natal precoce. A cirurgia fetal adquiriu maior expressão após a publicação em 2011, do ‘MOMS Trial’, o primeiro ensaio randomizado nesta área, o qual evidenciou vantagens da cirurgia fetal aberta vs. cirurgia pós-natal, designadamente no que respeita à redução da mortalidade e necessidade de shunt ventrículo-peritoneal, e aos melhores resultados de desenvolvimento mental e motor. Contudo, no grupo submetido a intervenção in útero, registaram-se maiores complicações maternas/neonatais, destacando-se: parto pré-termo, descolamento prematuro de placenta normalmente inserida, deiscência de histerotomia e necessidade de transfusão materna.
Ultimamente, a cirurgia fetal por fetoscopia tem apresentado resultados promissores, com o desenvolvimento de técnicas progressivamente menos invasivas e o recurso a tecidos biológicos, mostrando-se capaz de poder otimizar os resultados da cirurgia fetal aberta, sobretudo no que respeita à morbilidade materna descrita.
Logo após o nascimento, ou nas primeiras 48 horas de vida (no caso de mielomeningocelo) o Recém-Nascido necessita de correcção cirúrgica da lesão. O objectivo não é restabelecer a função neurológica, pois é uma situação irreversível, mas sim proteger a medula de outros danos como a infecção.
Deste modo a intervenção na Spina Bífida consiste em tratar pontualmente as alterações detectadas, favorecer o desenvolvimento global da criança.
Permitir que a criança desenvolva ao máximo as suas capacidades e potencialidades em detrimento do investimento nas incapacidades.