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Não queremos preocupá-lo! As seguintes complicações são informações adicionais para que possa estar ciente e devidamente informado.

Como qualquer mecanismo artificial colocado no organismo de uma pessoa, podem existir complicações no pós-operatório. As duas mais frequentes são:

1. Bloqueio – Significa o entupimento ou bloqueio do Shunt. No recém – nascido deve estar atento a alguns sinais e sintomas como irritabilidade, aumento da temperatura, vómitos, fontanelas hipertensas. Esta complicação ocorre nos primeiros 12 meses após a inserção do Shunt. Em caso de bloqueio é necessária nova intervenção cirúrgica para reajustamento do Shunt. O importante é estar atento a alterações do comportamento do bebé. Como pais, vocês serão os melhores juízes do seu bem-estar.

2. Infecção – A infecção do shunt, pode ocorrer a qualquer momento, mas o período de maior risco é durante os dois primeiros meses. Na presença de infecção, o bebé poderá apresentar aumento da temperatura corporal, cansaço, irritabilidade, falta de apetite, erupções na pele em torno do local de inserção. Cada criança é diferente pelo que também os sinais e sintomas são diferentes, é igualmente importante que esteja atento ao comportamento geral do seu bebé e se aperceba de eventuais alterações. Se o shunt está infectado é necessário que seja retirado e é no seu lugar colocado um dreno externo para que possam ser administrados antibióticos por essa via (os antibióticos intravenosos não atravessam a barreira hematoencefálica).

Durante o período pós-operatório, é muito importante que proteger a sutura, evitar que a criança posicione a cabeça para o lado onde está inserida a válvula. Exames complementares de diagnóstico como ecografia transfontanelar e Tomografia Axial Computorizada (TAC) craneoencefálica, são utilizados para avaliar a evolução/regressão da hidrocefalia. Todavia, a avaliação frequente do perímetro cefálico e observação clínica da criança de sinais e sintomas sugestivos de hipertensão ou hipotensão intracraneana são fundamentais. (SANDLER, 2004).

Idealmente, a Válvula ventriculo-peritoneal deve permitir uma drenagem controlada e sistemática, por isso o crescimento da cabeça da criança acontece de acordo com o seu desenvolvimento. Uma ligeira a moderada hidrocefalia ou dilatação ventricular pode persistir no entanto importa avaliar a sua evolução e se há sinais de comprometimento neurológico. Actualmente os sistemas de DVP têm sido desenhados para responder a uma enorme panóplia de alterações de pressão intracraneana, tal como alterações posturais, situações de tosse, esforço físico. Estes mecanismos vão automaticamente variar a resistência da DVP o que regula a saída de LCR drenado, prevenido a dilatação ou colapso dos ventrículos (SANDLER, 2004).

Como qualquer mecanismo artificial colocado no organismo de uma pessoa, podem existir complicações no pós-operatório. As principais complicações de um Shunt VP são infecções ou o seu mau funcionamento. Todos os shunts estão sujeitos a dificuldades mecânicas como torção, obstrução, separação ou migração do tubo. O mau funcionamento está muitas vezes associado a obstrução mecânica no interior dos ventrículos, por tecido ou exsudado, por trombose extremidade distal do tubo ou deslocamento deste devido ao crescimento da própria criança. Quando uma destas complicações ocorre a situação é de emergência e as manifestações clínicas directamente associadas são aumento da pressão intracraniana (PIC) acompanhado de alterações neurocomportamentais, como o estado de consciência.

Alguns sinais e sintomas de Hipertensão Intracraneana:
•    Cefaleias
•    Letargia
•    Náuseas
•    Síndrome de Foster Kennedy – atrofia óptica primária de um olho e edema papilar do outro olho;
•    Irritabilidade.

A infecção do shunt, pode ocorrer a qualquer momento, mas o período de maior risco é durante os dois primeiros meses. A infecção pode resultar em sepsis por, infecção da ferida operatória, meningite, encefalite e ventriculite. Estas últimas complicações são as mais preocupantes uma vez que qualquer afecção do SNC pode provocar alterações no desenvolvimento cognitivo da criança. O tratamento da infecção passa por administração de elevadas doses de antibióticos EV (HOCKENBERRY, 2006).

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