Subsistem várias formas e graus de lesão, tendo como as mais relatadas a Spina Bífida oculta, meningocelo, lipomeningocelo e mielomeningocelo.
Spina Bífida Oculta
A Spina Bifida Oculta resulta de um incompleto encerramento do tubo neural por volta do 20º dia de gestação. A Spina Bífida Oculta é ocasionada por fissuras dos arcos vertebrais e a localização mais frequente é a região lombo-sacra. Não ostenta sinais externos, podendo, porém, existir um pequeno tufo de pelos, uma depressão (covinha) ou uma mancha na pele sobre a zona afetada, mas na maioria das vezes tão discreta que só é diagnosticada por via imagiológica, pelo que, um individuo com Spina Bifida oculta pode não ter qualquer problema e provavelmente nunca vir a saber da sua condição, excepto se fizer um RX de coluna . Não há protusão da medula espinal ou meninges; na maioria dos indivíduos é assintomática e não apresenta sinais neurológicos do distúrbio, ou seja, regra geral não resultam quaisquer consequências. (Bherman, Kliegman e Jenson, 2002). Habitualmente as ecografias pré-natais não detectam este tipo de Spina Bifida (Cochrane et al. 2008).
Meningocelo
Esta malformação é localizada tanto ao nivel anterior ou posterior da coluna vertebral. O meningocelo posterior é caracterizado por um saco feito pela dura mater e LCR. Neste tipo de Spina Bífida a espinal-medula não é afetada, mas as meninges – membranas protetoras do cérebro e da medula – emergem através das vértebras incompletamente formadas, exteriorizando-se na forma de um saco cheio de líquido (quisto) na região subcutânea (por debaixo da pele) através da abertura nas vértebras. Ocorre mais frequentemente na região lombo-sagrada (Sav, 2008) mas também pode ocorrer nas regiões lombar e cervical. De acordo com Bherman, Kliegman e Jenson (2002) pelo facto da medula permanecer intata, esta forma de Spina Bífida pode ser corrigida com poucas ou nenhumas consequências quer para as vias dos nervos periféricos nesta zona quer para o paciente.
Lipomeningocelo:
Assemelha-se, na forma, ao Meningocelo com a diferença que o saco ou quisto tem no seu conteúdo um tecido lipomatoso, que, através de um orifício da raiz medular, penetra no conduto medular fazendo compressão e provocando sequelas do tipo neurológico.
Mielomeningocelo
Normalmente o termo SB ou mielomeningocelo são reservados para uma forma quística, em que há uma protusão externa em forma de saco, onde estão contidas as meninges, medula e raízes espinhais ou cauda equina (Bannister, 1991; Sandler, 2003).
Mielomeningocelo (MMC) resulta de uma falha no encerramento do tubo neural entre 0 20º e o 26º dia de gestação.
Trata-se da forma de Spina Bífida mais grave e mais frequente, sendo considerado o defeito do tubo neural congénito mais comum, localizando-se na sua maioria na região sagrada ou lombo-sagrada (cerca de 75% dos casos). De acordo com Bherman, Kliegman e Jenson (2002) ocorre numa incidência de aproximadamente 1/1 000 nascidos vivos.
Nesta forma podem acontecer paralisias do neurónio inferior, com ausência de reflexos, descontrolo dos esfíncteres e perda segmentar da sensibilidade, na região abaixo da lesão.
Quanto mais alta e mais extensa for a lesão, mais grave será o défice associado, sendo que, as lesões são, geralmente, designadas pela área em que ocorre e o número das vértebras afetadas (ex.: “a minha lesão é na L4/L5”, significa que foi nas vértebras números 4 e 5 da região lombar que ocorreu a lesão decorrente da Spina Bífida.)