O aumento do volume de Liquor Cefalorraquidiano nos ventrículos laterais denominada de hidrocefalia, em todos os casos de hidrocefalia existe sintomatologia e necessita de uma intervenção imediata. O tratamento da hidrocefalia tem como principal objectivo manter a pressão intraventricular estável sem comprometer o parênquima cerebral.
O tratamento, na maioria dos casos, é cirúrgico com a colocação de um shunt que tem como função drenar o LCR excedente dos ventrículos para o peritoneu da própria criança (derivação ventriculo-peritoneal ou Shunt VP) (HOCKENBERRY, 2006). Consiste numa intervenção cirúrgica na qual se remove o obstáculo que está a impedir a circulação do LCR e/ou na colocação de um shunt. O shunt é uma válvula conectada a um tubo de plástico que vai permitir a drenagem do LCR excedente da cabeça para o peritoneu (cavidade abdominal).
Esta válvula é colocada na cabeça nos ventrículos cerebrais e controla a pressão dentro do cérebro deixando sair o LCR acumulado e está ligada a um tubo que vai por baixo da pele até ao peritoneu.
À direita: Drenagem ventrículo-peritoneal “Living With Spina Bífida”, Sandler (2003)
Os shunts/válvulas são seguros?
O shunt permite uma drenagem controlada e sistemática, por isso o crescimento da cabeça da criança acontece de acordo com o seu desenvolvimento. Uma ligeira a moderada hidrocefalia ou dilatação ventricular pode persistir, no entanto, importa avaliar a sua evolução e se há sinais de comprometimento neurológico. Atualmente os sistemas de shunt têm sido desenhados para responder a uma enorme panóplia de alterações de pressão intracraniana, tal como alterações posturais, situações de tosse, esforço físico.
Estes mecanismos vão automaticamente variar a resistência do shunt, o que regula a saída de líquido céfalo-raquidiano drenado, prevenido a dilatação ou colapso dos ventrículos (SANDLER, 2004).